"Não ter cantos escuros, Pra guardar segredos" (frase baseada em Mudança de Vanusa)
O principe e o Rei (autoria própria)
Era em um vilarejo que ficava muito, muito distante. Um vilarejo onde as pessoas ainda acreditavam umas nas outras. Onde o Rei era um trabalhador como qualquer outro, apesar de ser um líder nato.
O Rei contudo possuía um filho, conhecido por todos apenas pelo nome de "O Princípe". Era ao olhar dos outros a única pessoa que realmente se vangloriava dos dotes obtidos, da sua riqueza e nobreza.
Tanto se orgulhava e usava disso que poucas vezes trabalhava.Vivia aprontando com as pessoas e humilhando os mais humildes. Seu pai, o Rei, por várias vezes o desautorizava, porém o Príncipe que a princípio se desculpava, voltava a cometer os mesmos "erros".
Seguia a vida normalmente quando em um dos dias o Rei estava se preparando para tomar seu café-da-manhã e o Princípe chega correndo gritando ao pai que não tome a água sobre a mesa.
O Rei exclama e pergunta ao filho o porquê. O Princípe então lhe conta que ele sabia que a cozinheira havia envenenado a água para matá-lo. O Rei pegou sua caneca, olhou e percebeu que a água parecia água. Cheirou e notou que o cheiro, ou a ausência dele, entregava que era água. Colocou a mão e percebeu que a textura também parecia da mais legitima água.
O Rei indagou ao filho que aquilo era um sandice e aquilo era água. O Príncipe refutou e disse que iria morrer se tomasse aquele líquido. O Rei mandou chamar a cozinheira. A pobre mulher contudo não conseguiu refutar o que o Princípe dissera e assim o Rei mandou, em praça pública, guilhotinar a cozinheira.
O povo após a morte da pobre cozinheira se revoltou e quis cobrar explicações do Rei sobre o porquê daquilo. O Rei então mostrou a todos a água que tinha cor de água, cheiro de água e textura de água, mas não era água.
Foi montada então uma comissão que foi falar com o Rei e o convencê-lo de que aquilo era água, não poderia ser outra coisa senão água. O Princípe foi chamado e muitas horas de discussão foram realizadas.
Ao final, o Princípe conseguiu convencer o pai, o Rei e alguns outros cidadãos que acompanhavam o debate da comissão que aquilo na verdade não era obra de uma cozinheira e sim de um grupo de moradores querendo matar o Rei. Solução: Matar mais de duas dezenas de pessoas.
E mais de duas dezenas de pessoas foram mortas.
Após estas mortes algumas outras vieram, agora amparadas por grande parte do povo que começara a acreditar que aquela água não era mais água.
Pouco mais de uma semana se passou e mais de cinquenta moradores estavam mortos.
O Rei se preparava para mais uma audiência pública quando uma senhora entrou e lhe pediu para tomar a água pois tinha certeza de que aquilo era água e que o Princípe e o Rei estavam malucos.
O Rei completamente sem jeito disse a senhora que jamais a deixaria tomar da água, visto que a considerava muito para tê-la morta. Contudo mandou prender a senhora por dez dias por duvidar da inteligência e astúcia do Rei.
Após este incidente o Rei começou a duvidar do veneno na água e mandou chamar o seu filho. Perguntou-lhe se ele realmente tinha certeza de que aquilo era veneno.
O Principe percebendo que o Rei já duvidava seriamente da água pediu a caneca.
Levantou contra a luz, virou de costas para o Rei. Pensou. Pensou e virou ao Rei dizendo.
-Bom meu pai, se acha que realmente é água, tome-a.
O Rei naquele instante sentiu a responsabilidade de ser o líder da nação e seguindo o conselho do filho mandou que todos os moradores fossem chamados. Chamou o filho e disse a todos os súditos que aquele alerta há mais de uma semana estava sendo sustentado por seu filho.Disse que dezenas de pessoas poderiam ter sido mortos injustamente, e que necessitavam saber se era realmente verdade sobre o veneno antes que mais outras dezenas de pessoas fossem mortas.
Disse também que muitos já não acreditavam no veneno e alertou que até ele mesmo já duvidava.
De maneira rápida o Rei pegou a caneca levantou aos céus e tomou em dois goles toda a "água".
Três segundos após isto o Rei caia da sacada do palácio sobre a multidão. Estava morto.
Na sacada ficava apenas a figura de um Princípe muito astuto, alto, com convicção para ser um líder, guiar a nação contra os mais espertos. De mãos viradas para trás com o pó que acabara de colocar na água, o Princípe sorriu. Dias após o funeral, todos o veneravam como o mais sábio dos reis e matavam aqueles que duvidaram de sua astúcia.
"Existem aqueles que primeiro levantam dúvidas sobre a verdade e defendem que sua mentira é a verdade. Após isto convencem as pessoas sobre sua mentira, deturpando e turvando a límpida verdade. Contudo quando a mentira já não se sustenta frente a verdade, há aquele que manipula a verdade para que sua mentra se torne verdade até o fim"
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